sábado, 6 de março de 2010

NO OBSCURO


No obscuro;
A causa e o efeito se misturam;
E mesmo no escuro;
Eu pareço ver vagamente;
E prefiro que os outros durmam;

Pois nada que eu faça;
Vai ser suficiente;
Para saciar toda essa massa;

Fechar os olhos é mais agradável;
Do que procurar abrir sua mente;
Às vezes ver o que se passa;
É tão dolorosamente fácil,
Que prefiro dormir;

Iludido acompanho essa marcha;
É tão mais fácil assistir;
Que não quero sair;
É ótimo mentir!
E seguirei somente...

Senhoras e senhores;
Peço que simplesmente;
Calce seus sapatos;
E sirvam aos seus doutores;

Afinal não é a marcha da vida;
E sigam apressados;
Pois também estou de saída;

Não olhe para o lado de fora;
Há tanta coisa feia;
Bichos soltos pedindo esmola;
E meu chefe me explora...

E ainda é segunda-feira;
Maquininhas de fazer sonhos;
Eu prefiro que sonhem por mim;
Pois a única certeza é o fim...

Que a marcha não para, para parar;
E quem ousa reclamar;
Do que se é dado;
Pela maquininha é eliminado;

Sonho bonito é o meu;
Pena não ser real;
Afinal nada é real...

Sonho bonito é o meu;
Sonho bisonho é o teu;
Sonho bisonho, sem sono, sem sonho;
Sonho sem sono selado;
Suponho ser seu;
Somente sendo sonhado;
Sentenciado, sepultado,
Silenciado...

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