O sino toca
ao longe,
Três dados
escorregam sobre a mesa, trôpegos imbecis,
Certamente jogados,
atirados aos lobos por lobos,
São perdedores
natos, ainda assim não menos tolos.
Apostam sua
vida como quem aposta seus dedos com cães famintos,
Sempre em
busca de um horizonte que nunca chega, nunca satisfeitos.
E nem os
vermes bebem de sua bebida, e nem a lesma passeia sobre sua pele,
Nenhum
deles a procura de um pote de ouro, nenhum atrás do obvio.
Só sangue, só
sangue...
Tanto sangue,
tantas lagrimas que estas se misturam formando uma poça putrefata,
Mas não
podre como o suor humano, mas sim de um aroma peculiar quase imperceptível e
desconhecido.
Hão de
provar, disseram ser santo. Disseram dar sorte ao mais azarento.
Acreditaram.
Arriscaram até o ultimo dado parar.
Só dor, só
dor.
E uma vida miserável.
Perder é a
vida, crer em uma esperança é da natureza.
Mesmo quando
os dados param e o sino ao longe congela aterrorizando aqueles que apostam
tudo.
Anunciando assim
o perdedor.