terça-feira, 29 de novembro de 2011

O Mundo Real.

Eu não tenho que lhes dizer que está mal.
Todo Mundo sabe que as coisas estão más.
O dólar compra tudo.
Os bancos fazem a festa.
Os donos das lojas têm armas nos balcões.
Jovens tornam-se cada vez mais selvagens.
Não parece haver alguém que saiba o que fazer e como acabar com isto.
O ar está ficando impróprio para respirar e a comida imprópria para comer.
Mas sentamo-nos para ver TV enquanto os jornais nos dizem que hoje houveram 15 homicídios e 63 crimes como se esse fosse o modo que o mundo deve ser!
Nós sabemos que as coisas estão más.
Pior que más. É uma doidice desenfreada.
É como se tudo ao mesmo tempo estivesse pirando e não saímos mais.
Relaxamos em casa e lentamente o mundo em que vivemos vai ficando mais pequeno.
E tudo o que dizemos é, "Por favor, deixem-me sozinho no meu lar. Deixem-me com a minha torradeira e TV, com as 'minhas correntes' e eu não digo nada.Só deixem-me em paz."
Mas nós não vamos te deixar em Paz. Nós queremos que você enlouqueça!
Não queremos que proteste, nem que se revolte.
Não quero que escreva a nenhum congressista porque não sei te dizer o que poderia escrever.
Eu não sei o que fazer sobre a depressão, a inflação, os Russos e o crime nas ruas.
Tudo o que sei é que primeiro tem que enlouquecer!
Tem que dizer, "Sous um ser humano, merda! A minhas vida tem valor!"

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Todo Mel da Flor


Acordo.
Copos e talheres em nossa frente
Mas são seus olhos à minha busca
O tal sol ao amanhecer que a muito não via.
E eu me calo.

Tentei ser sonífero, tentei ser forte.
Fizestes-me crer em tudo,
Quando não acreditava mais em nada
Só em mim mesmo,
E na sinistra morte
Fruto do nosso devaneio curto, breve como tudo que é bom.

É teu cerne o meu espirito.
É teus olhos o meu espelho.
Observando através desta carne ocular.
A luz  que faz a vida se mover.

Vejo-me em tua face
Não preciso ir longe para ver o que permitiu aos humanos evoluir tanto.
Está lá, eu os vejo.
Não é nenhuma novidade.

Tua carne, uma resposta.
Carne pela carne, coração por coração.
Dor por dor.
Tudo um imprevisível desenvolvimento do grande cérebro.

Cresci seco, áspero.
Enraizado em uma poça de falsas sensações,
Um tronco fraco, um corpo pobre.
Mortal.
Sem alma, sem ter, Sem ser.
Sem crer em ti,
Provável passageira.
A gosto de deus, mas servindo ao pagão.

Pude ver por um breve momento entoares cantos de paganismo.
Senti teu cheiro, de terra molhada,
E pude escutar o som dela sendo pisada por teus pés supra-humanos.

Não tive medo.
Vi-te seguir meus passos.
De perto.

A procura dos meus olhos,
Teu alimento diário.
E depois, uma explosão.
Um frenético estalo labial.

Antes, ansiava por uma resposta,
Mas logo vi que uma resposta não me interessa.
E que seu rosto talhado em minha mente pouco me disse.
Minto eu, disse sim,
Que ainda podemos ser salvos por nós mesmos

Através desta arma letal.
Tão livre e delicada.
Imortal,
Como tudo que vale a pena deve ser.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Desperta Dor Real


Trim., Trim.
Chora o bebê.

O sol aparece preguiçoso
Mas não há tempo.
Zé acorda as cinco
Leva mais cinco pra se levantar
Com mais 50 pra sair
Lá se vai um bom tempo.
Troca de roupa, põe o sapato abre a porta e sai.
Uma hora a menos em sua vida curta.
Espera,espera,espera.
20.
Pega o coletivo. Ninguém se olha.
Mais 30.
Deseja no íntimo de suas entranhas trabalhar meio turno naquele dia.
Quem dera quatro das oito.
Perde mais três pensando nisso.
Das nove ás dezoito enclausurado.
Uma hora de almoço não descontados.
Enfim chega ao labor.
Sossega o calor.
As 13.
Morre.
Gordo que só ele.
Gordura na veia.
Infarto fulminante.
Zé, naquele dia, quis trabalhar meio turno.
Eu te disse Zé,
Cala e não reclama.

Zé, de lugar nenhum.
Viveu para morrer.
Enterra o homem.
Semana que vem esquecem-se do Zé...

Tic. Tac.
Nasce novamente o Sol.
Dessa vez, vestido de Morte.
Seu tempo acabou.

Desperta Dor Ilusório


Trim., Trim.











Dia após dia

Desperdiçando horas de uma maneira vulgar.















Espera,espera,espera.










Breve, 30 anos, com sorte ficarão para trás.

Mais velho e cansado.

Com menos fôlego.







Até notar que seu único amigo é você mesmo,
E a única certeza é do fim,
Em um Eterno Retorno.


Continuando a deixar passar as coisas mais interessantes na vida por não querer ver.





       




Tic. Tac.





segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Natureza Morta


As luzes se acenderam e nem era dia;

O coração palpitando e um choro contido.

Não corri para a saída como a maioria faria,

Estava em transe, apenas observava com atenção o movimento,

As pessoas com seus passos e sombras os seguindo,

Nunca estão sós.


A tarde tinha transcorrido saborosa,

Sentado em um banco confortável,

E gastando alguns trocados suados;

Fruto de uma vida proletária;

Tudo ilusão, somos "bobs" da corte,

Mas isso não convém agora.


O que importa é o fato de ter saído de casa,

Já gostei mais, mas isso tudo cansa.

Gasta-se com tudo, menos com o ar que se respira,

Menos mal, ainda temos alguma dignidade.


Após passagem e viagem,

Tranco-me em um shopping.

Desses que você vai trezentas vezes ou passa a vida toda indo,

E ainda se perde em meio a tanta gente e vitrines incandescentes,

E viva o capital,


Não como, não lá,

Nada contra a morte, todo mundo termina em uma vala cedo ou tarde,

Umas mais fundam, outras nem tanto.

Mas isso não convém, de novo.


Há algo sinistro nas vendedoras da bilheteria,

Geralmente há de tudo em um shopping,

Nas pessoas desnorteadas pela propaganda pegajosa,

Nas vendedoras gostosas que quase te estupram para entrar e saciar tua sede consumista,

Estuprar sim, suas carteiras e bolsas.

Uma pena.


Mas voltando a bilheteira,

O sinistro é o fato de que sempre tenho a sensação de não ser escutado,

Falamos através de um vidro, uma barreira contra nós animais, claro

Somos perigosos quando desafiados, e ninguém hoje em dia quer muito contato

Esse é o problema.


Esquecendo-me dos fatores e reatores externos,

Me apego ao fato de ter ido ver um filme,

Longo, belo e verdadeiro,

Daquele que nos mostram a beleza real,

Protocoladas em bons livros,

Lá se vão Tolstoi, Thoreau,Landon e essas belezinhas intelectualizadas,

Todos devem ter se remexido no Limbo, ou no inferno que é para onde vou;

Não quero e nem posso ressuscitar ninguém,

E alem do mais, devem estar melhor que eu.

Isso eu tenho certeza, porque pior não fico.


O pregão era claro e objetivo;

Sugue o tutano da vida e não se arrependa.


De alguma forma absorvi,

De onde estou agora só a lembranças,

De uma semi-vida, tentativas frustradas de partilha,

Ninguém partilha nada de onde vim, dão-se as sobras.


Mas aquele gesto, aquelas palavras ditas antes de partir me cravaram uma estaca na mente;

A insegurança, o sentimento de abandono e covardia,

Tudo foi abandonado ali, junto daquilo que eu costumava chamar de lar.


Nós dois ali parados depois de um longo, longo tempo vivendo uma vida que não eram nossas;

Já um pé na estrada,

Indo embora depois de nunca ter pertencido aquele lugar.

Assim como no filme que me trouxe aqui,

Uma tela que perpassa sentimento e imagens.


Então,

Aquele braço forte agarrou o meu,

E num só giro tua mão se entrelaçou com a minha;

Não era uma quebra de braço como antes prometera;

Era sim, um aperto de mão em sinal de teu comprometimento em minha jornada.


Hoje, doente e fraco,

Não há mais o que aspirar,

Nem terra prometida a chegar,

Sou carne dilacerada e fraca perante a mãe de todas as coisas.

Da terra eu vim, e para terra eu vou.

Desejo de um Ludita.


Prole humana,

És tu maquina.

Tu mesmo,

Que não sangras, nem sentem.


Foi outrora anseio do homem;

Animal dotado de sapiência;

Mesmo assim;

Não menos animal.


Eras também,

Ante me lembro;

Primitiva e arcaica;

Demorada e pesada;


Lembro-me bem,

Em teu corpo potente,

Nunca correu sangue,

Antes foste saciada com vapor e carvão;


Hoje o óleo negro,

Sede do homem;

És tu que bebe ó besta!

Tu que quiseste ser homem um dia;


Pobre criatura;

Perdes-te na mão de teu criador;

E te submetes a destruir teu lar.

Arrotando cinzas e lixo por onde andas;


Ainda não te fizeram sentir;

Ao invés da febre animalesca,

Explodes em combustão na tuas entranhas;

Ao invés de sussurros confortantes,

Tens o ronco brutal;

Até de teus ferimentos,

Dão-te o nome de defeitos em tua lataria;

O homem dá nome a tudo.


Nem mais se quer temes o lúdico;

Mas não te enganas,

Sabes que não é do homem compartilhar o que é bom.

Por isso te dão mais esperteza!


Sendo tu tão forte e resistente;

Aconselho eu,

Mero humano;

A ser esperta, nega-te a receber a sabedoria que te dão;

Nega-te a te tornar mais homem;

Notar-te-ás um dia,

O quão bom é não saber aonde vai;

A cada entardecer...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Agora?

Sexta madrugada. Fumo uns dois cigarros e desejo encher a cara de qualquer droga de álcool ou qualquer maldito vinho barato que me deixe louco o suficiente pra subtrair alguma droga de minha cabeça, fico pensando quais palavras posso usar para não repetir o que costumo escrever, tenho um medo real disso, ser cansativo demais ate pra me ler. Há dias que não escrevo nada, as palavras me fogem e pareço um profundo lago sem peixes, tenho medo. Medo de perder inspiração, de copiar o que leio, quero ser livre de qualquer enquadramento imbecil, mas creio ser impossível, sempre dão rótulos pra tudo, ate pra merda que você faz na privada, é tudo um show de imbecilidades, escrevo pra mim, não pra intelectuais idiotas, a linguagem pura é a simples, a acessível a qualquer animal andante e pensante sobre esse chão duro. Não sei escrever contos, sou fraco em poesia e me acho um lixo em falar palavras doces, eu apenas vomito silabas e contorno minha falta de inspiração com palavras de baixo calão. Há certo conformismo nisso tudo, é triste, mas é a realidade. Foda-se tudo. Cansei de tentar agradar a mim mesmo, sim a mim mesmo, escrevo pra mim, e nem consigo me agradar agora, bato palma ou me xingo em silencio, não há plateia no covil dos loucos, muito menos em meu quarto sonolento, minha cama me chama, e eu não a negarei. Não há conclusão, esse texto termina aqui.

00:00

Loucura MODE ON

Semana Filha da puta, Fodam-se.


vou fumar um cigarro e almadiçoar o mundo.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Duas Almas em um Aquario.


Você sabe, são Três dias sem dormir direito;
Onde cabem três dias de conversas,de ideias,de sorrisos e suspresas;
Como eu não estou cansado nem um pouco?
E nem poderia estar;

Você sabe, são três dias varando a madrugada;
Orando seis horas por noite ou mais, servindo ao diabo;
Calado um vontade toma conta de mim;
E não estou mal.
E nem poderia estar;

Eu sinto e apenas posso me sentir como um garotinho;
Querendo esperar ansioso por meu brinquedo no final do ano;
Você sabe, esperando um sinal, um aval, uma passagem e uma viagem;
E de ver coisas vindas de gente sem noção;
Não que eu me preocupe;
Posso estar errado;
Ter estado louco por esses 30 dias;

Eu não estou ansioso;
E nem poderia estar;

Você nem pode sonhar, tenho dormido o dia todo;
Olhando o ceu e esperando a noite chegar e te trazer com ela;
Cansado de hipocritas,idiotas, e pseudo intelectuais no quais eu me encaixo;
Estou farto de todos esses esquizofrênicos egoístas;

Isso não precisa fazer sentido;
E nem poderia fazer;

Você tem meu numero em um celular amarelo;
Ouvi falar de europa e de pedaços de sonhos sobre seu plano;
Como eu estou só aqui? Lendo o que você diz;
E sem poder te olhar,sem poder te tocar, e vagando sobre minha casa enquanto todos dormem;
É tudo apenas uma questao de otica em um maldito computador;
Não me deixe;
Talvez você não queira;

Você quer uma novidade;
Você quer uma razão ou não;
Você sempre você;
E eu não estou nem ai;
Eu so quero você;

Porque sou seu brinquedo novo, e você é meu carrocel.

sábado, 11 de junho de 2011

Obelisco [Marco Zero]


Leveza no Espirito;
Cabelo ao Ar;
O Vento vaga sem destino;
É assim que me sinto;
Mar;
A te contemplar...

A Brisa leve me traga como um fumo escarnecido;
Há um balé sinistro em suas ondas;
Uma eterna poeira cosmica de moléculas;
Sim, ainda assim é fascinante...

O passado nesse chão;
Passos e espaços;
Tortuosos e circulares;
Massageiam minha mente em Profunda Nostalgia;

A maquina estranha em meu crânio;
Ainda me permite diluir a liberdade ao vento;
Vinda dos quatro cantos do mar;
Vindo vagar em meu Marco Zero...

Antes cheio, agora silencioso e sinistro;
Com almas perdidas como eu;
Vagando sobre teu chão;
Quase vivo, quase morto...

Chega um Silva de pés descalços;
Carrega um livro sábio;
Assim, de repente;
Eu lhes dou as minhas boas vindas em palavras suaves e arquitetadas;

Sou um estranho no ninho;
Aqui;
Eu sei, tão bem que não prolongo o feitiço;
É minha sina.

Talvez tentasse adinvinhar quem é o estranho;
Sou observado;
Eu Sinto.

Um estranho a mim mesmo;
Porém, agora Livre em uma dúvida gentil;
Naquele Marco, Longe da humanidade;

Por Um Instante;
Por Um Minuto;
Talvez por umas eterninade...

sábado, 9 de abril de 2011

15° andar (Estórias de um Prozac quase perfeito)


Não consigo lembrar;

Algo aconteceu rapidamente;

Sexta feira as 8;

Foram uma ou duas doses a minguar;

E eu estava feliz e você contente;

Não tinha nem 18...


Era apenas mais uma menina;

17 de luxo e lixo;

Caminhando ao parapeito;

Lisboa é meu lugar e é isso;


Todos querem alguém igual a ela;

No entanto, Jeniffer não se aguenta;

Como podemos deixa-la aqui minha bela;

Tão só...


Antidepressivos e seringas jogadas ao chão;

Já não há mais ninguém a pensar;

Eu andei perdendo o controle meu irmão;

Eu sempre fui uma cara para amar;

Precisando de atenção;

E existe coisa nascendo e morrendo em mim o tempo todo;


Eu;

Sempre dei tudo oque ela quis;

Tem algo de mais;

Cobrar o que é meu?


Doses que variaram de 20 a 80 miligramas;

Vão mudando seu animo lentamente em uma cama;

É suficiente para obter uma resposta antidepressiva satisfatória na maioria dos casos;

Uma dose a mais e você não vai ver altura...


Jeni tentou não perder o controle diante do espelho;

Em dose única pela manhã ou em 2 vezes(isto é sem dor)

O efeito máximo pode demorar até 4 semanas

Ela gostaria de não fazer isso conosco;

Mas meu amigo, sinto dizer;

Episódios agudos de depressão requerem vários...


Pela manhã se sentiu mal;

Ao meio dia as vozes em sua mente avisaram, é caso terminal;

Eu não posso, vou surtar ao entardecer;

Venha comigo e não sobreviverá à noite;

Um frasco é pouco para Distúrbio obsessivo-compulsivo;

Há algo para morrer...


Jeni não esqueça O mundo é leve;

(É muito pesado para mim)

É fácil tentar fugir

(a covardia é o dom dos fracos)

Sempre há uma escolha;

(nunca houve para mim)


Manhã de sexta;

As horas haviam parado para Jeni;

De olhos fechados ela já não respira;

Seu pai sofre enquanto sua mãe chora ao seu lado;


Ela não está mais entre nós;

(ela sempre teve tudo e todos)

Permanece calada;

(o que a fez pensar de forma tão impensada)

Vamos, ela não esta ai...

(ela nos deixou)

Hádeus... ?


Em casos de superdose haverá outros sintomas evidentes.

De baixo o 15° andar não parece tão alto