Prole humana,
És tu maquina.
Tu mesmo,
Que não sangras, nem sentem.
Foi outrora anseio do homem;
Animal dotado de sapiência;
Mesmo assim;
Não menos animal.
Eras também,
Ante me lembro;
Primitiva e arcaica;
Demorada e pesada;
Lembro-me bem,
Em teu corpo potente,
Nunca correu sangue,
Antes foste saciada com vapor e carvão;
Hoje o óleo negro,
Sede do homem;
És tu que bebe ó besta!
Tu que quiseste ser homem um dia;
Pobre criatura;
Perdes-te na mão de teu criador;
E te submetes a destruir teu lar.
Arrotando cinzas e lixo por onde andas;
Ainda não te fizeram sentir;
Ao invés da febre animalesca,
Explodes em combustão na tuas entranhas;
Ao invés de sussurros confortantes,
Tens o ronco brutal;
Até de teus ferimentos,
Dão-te o nome de defeitos em tua lataria;
O homem dá nome a tudo.
Nem mais se quer temes o lúdico;
Mas não te enganas,
Sabes que não é do homem compartilhar o que é bom.
Por isso te dão mais esperteza!
Sendo tu tão forte e resistente;
Aconselho eu,
Mero humano;
A ser esperta, nega-te a receber a sabedoria que te dão;
Nega-te a te tornar mais homem;
Notar-te-ás um dia,
O quão bom é não saber aonde vai;
A cada entardecer...
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