segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Desejo de um Ludita.


Prole humana,

És tu maquina.

Tu mesmo,

Que não sangras, nem sentem.


Foi outrora anseio do homem;

Animal dotado de sapiência;

Mesmo assim;

Não menos animal.


Eras também,

Ante me lembro;

Primitiva e arcaica;

Demorada e pesada;


Lembro-me bem,

Em teu corpo potente,

Nunca correu sangue,

Antes foste saciada com vapor e carvão;


Hoje o óleo negro,

Sede do homem;

És tu que bebe ó besta!

Tu que quiseste ser homem um dia;


Pobre criatura;

Perdes-te na mão de teu criador;

E te submetes a destruir teu lar.

Arrotando cinzas e lixo por onde andas;


Ainda não te fizeram sentir;

Ao invés da febre animalesca,

Explodes em combustão na tuas entranhas;

Ao invés de sussurros confortantes,

Tens o ronco brutal;

Até de teus ferimentos,

Dão-te o nome de defeitos em tua lataria;

O homem dá nome a tudo.


Nem mais se quer temes o lúdico;

Mas não te enganas,

Sabes que não é do homem compartilhar o que é bom.

Por isso te dão mais esperteza!


Sendo tu tão forte e resistente;

Aconselho eu,

Mero humano;

A ser esperta, nega-te a receber a sabedoria que te dão;

Nega-te a te tornar mais homem;

Notar-te-ás um dia,

O quão bom é não saber aonde vai;

A cada entardecer...

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