quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Todo Mel da Flor


Acordo.
Copos e talheres em nossa frente
Mas são seus olhos à minha busca
O tal sol ao amanhecer que a muito não via.
E eu me calo.

Tentei ser sonífero, tentei ser forte.
Fizestes-me crer em tudo,
Quando não acreditava mais em nada
Só em mim mesmo,
E na sinistra morte
Fruto do nosso devaneio curto, breve como tudo que é bom.

É teu cerne o meu espirito.
É teus olhos o meu espelho.
Observando através desta carne ocular.
A luz  que faz a vida se mover.

Vejo-me em tua face
Não preciso ir longe para ver o que permitiu aos humanos evoluir tanto.
Está lá, eu os vejo.
Não é nenhuma novidade.

Tua carne, uma resposta.
Carne pela carne, coração por coração.
Dor por dor.
Tudo um imprevisível desenvolvimento do grande cérebro.

Cresci seco, áspero.
Enraizado em uma poça de falsas sensações,
Um tronco fraco, um corpo pobre.
Mortal.
Sem alma, sem ter, Sem ser.
Sem crer em ti,
Provável passageira.
A gosto de deus, mas servindo ao pagão.

Pude ver por um breve momento entoares cantos de paganismo.
Senti teu cheiro, de terra molhada,
E pude escutar o som dela sendo pisada por teus pés supra-humanos.

Não tive medo.
Vi-te seguir meus passos.
De perto.

A procura dos meus olhos,
Teu alimento diário.
E depois, uma explosão.
Um frenético estalo labial.

Antes, ansiava por uma resposta,
Mas logo vi que uma resposta não me interessa.
E que seu rosto talhado em minha mente pouco me disse.
Minto eu, disse sim,
Que ainda podemos ser salvos por nós mesmos

Através desta arma letal.
Tão livre e delicada.
Imortal,
Como tudo que vale a pena deve ser.

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